Faço as perguntas ... e “jogo” outras perguntas pois somos todos singulares, seres humanos in(completos), porém com um aspecto em comum que nos inquieta...somos professores....
Por que queremos Educar? O que é Educação? O que é a Educação Escolarizada?
A linguagem na qual fomos “educados” ou “adaptados” trata da escrita e da verbalização(oralidade) dos códigos “aprendidos” na interação entre nossos pares parentais e amigos, em diferentes contextos.
Tal linguagem tradicional, nos permitia “dialogar” aparentemente de forma linear com diferentes “receptores” numa espécie de (mono)linguagem....um fala o outro escuta, aquele que falou aguarda receber a resposta com os mesmos códigos daquele que escutou sua fala...e assim fomos percorrendo diferentes momentos de nossas vidas até nos depararmos enquanto sujeitos que fomos assujeitados a compartilhar de um universo que não nos permitia potencializar nossa imaginação...
Conseguíamos burlar a monolinguagem (escolar) nos momentos de brincadeiras e jogos, com os colegas de turma... Falávamos ao mesmo tempo, éramos compreendidos e compreendíamos no “caos organizado” que beirava o universo lúdico que impelia nossas ações e impele as ações das crianças e jovens que (com)vivem conosco em casa e também escola na atualidade.
A escola recebe de “presente” a TV, os jogos eletrônicos, a internet, os celulares. Pacote (in)completo, pois chegou sem manual de instrução. O livreto perdeu-se no meio do caminho, estava “digitado” com os códigos da monolinguagem, ou seja, alguém que recebeu o presente achou que decodificaria a linguagem escrita e num processo linear explicaria para outrem como utilizar...
Tal presente, trouxe um grande desafio: como fazer pessoas compartilharem diferentes possibilidades de interação por meio de linguagens polissêmicas e hibridas? como fazer pessoas diferentes compartilharem experiências e se apropriar do(s) mundo(s) próprio(s)? Como fazer pessoas singulares compartilharem experiências de saberes e linguagens que lhe são próprias?
Os pessimistas afirmam que a infância está desaparecendo, os otimistas sugerem que nos apropriemos dos diferentes meios para compreender as linguagens, as narrativas e em (com)junto com as crianças e jovens adolescentes desvelar os saberes que não estão por trás, mas por todos os lados, na imaginação que torna o mundo virtual tão real(tangível).
Talvez as respostas fiquem para outro momento... pois ainda não encontramos os códigos ou linguagens que dêem sentidos a nos mesmos enquanto sujeitos.
Lu Venâncio
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