quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

E o conselho?

Em torno das questões que estamos discutindo ao longo de toda a disciplina e diante do documentário postado pela nossa colega Luciana a um tempo atrás: “Criança, a alma do negócio” gostaríamos de apresentar alguns pontos que notamos terem sido salientados em toda a disciplina.
No documentário um especialista afirma que “a TV é o primeiro fator da construção da subjetividade e dos valores das crianças, atualmente não é mais a família, não é mais a igreja, não é mais a escola, são os elementos que estão na mídia”
Segundo Fischer (2006, p.15) “a TV, na condição de meio de comunicação social, ou de uma linguagem audiovisual especifica ou ainda na condição de simples eletrodoméstico que manuseamos (...) tem uma participação decisiva na formação das pessoas mais enfaticamente, na própria constituição do sujeito contemporâneo”. Seja por falta de tempo, por acumulo de tarefas ou outros motivos, esta constituição do sujeito contemporâneo mencionada por Fischer acaba ficando a cargo da TV e das demais mídias. Nas palavras de Magalhães (2007) muitas vezes, os pais consideram a TV como suficiente, pois é um “objeto total”, que nunca se ausenta, nunca se frustra, minimiza os desejos e não dá espaço para as angústias, se mostra como um refúgio nos momentos de frustração, tristeza e angústia, mas com um diferencial muito importante, pois nunca se queixa de nada e é sempre branda a todas as situações.
Uma colocação que nos chamou bastante atenção durante algumas leituras que fizemos durante o semestre foi no texto “Esporte na mídia ou esporte da mídia?” do professor Mauro Betti que este cita o artigo 224 da Constituição Brasileira de 1988, que prevê o funcionamento de um conselho de comunicação social, até hoje não concretizado.
Essa imposição e esse cuidado existe do ponto de vista legal, porém esta lei tem sido cumprida o que manifesta preocupações visíveis por parte da família e educadores em relação a nossas crianças.
Com o argumento de que “na televisão passa o que o povo quer ver” acabou desencadeando um ciclo vicioso entre as opções da audiência e as opções que os produtores divulgam, principalmente na TV fechada. Ou seja, a não existência e um conselho que filtre, discuta e adéqüe as programações de acordo com os conteúdos cabíveis para as diversas culturas, faixas etárias, classes econômicas, dentre todas as outras diversidades existentes acaba por deixar na mão de empresários e pessoas que pouco entendem ou se preocupam com a educação a educação e lazer de crianças.

Diante do exposto alguns questionamentos vieram a nossos pensamentos: Como seria esse conselho? Quem seriam os membros? Seriam membros que discutiriam educação ou estratégias de marketing para vendas mais eficazes? E o questionamento que mais nos inquieta é as vozes de crianças e adolescentes seriam ouvidas? Eles iriam fazer parte desse conselho?

Por: Iara Mara e Suelen Monteiro

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