sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Vídeo sobre tecnologia e metodologia

Segue link para download (sugestão de José Eduardo Lanuti e Danielle Santos).

http://www.sendspace.com/file/mhk4ai

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

CHEGAMOS AO FIM ... (por Mauro Betti)

Nesse momento, chegamos ao "fim" do blog, para efeito de discussão dos temas abordados na nossa disciplina. Agradeço a todos(as) a participação intensa e provocativa (aqui e nas aulas). Na aula de amanha faremos uma análise do conteúdo das postagens, e ver o que sai daí...

Mas espero que o blog não morra aqui, e continuemos a alimentar o "conhecimento em rede", possibilidade aberta por esta tecnologia, mas que precisa de humanos para a concretizar, e de educacores para colocá-la a serviço do bem comum!

Até amanhã.

Comunicação

Comunicamo-nos, dentro e fora da sala de aula, porque temos carências, porque
precisamos de muitas informações, de compreender o mundo, os outros e a nós
mesmos.
Comunicamo-nos para conseguir tornarmo-nos mais humanos, mais equilibrados, abertos, sensíveis, positivos.
Comunicamo-nos para aprender, para desenvolver nossas melhores qualidades pessoais, profissionais, emocionais, familiares, estéticas.
Comunicamo-nos na busca de integrar o eu dividido, as tensões que nos dispersam, os antagonismos que nos puxam em várias direções.
Comunicamo-nos para fugir da solidão, porque nos sentimos sós, profundamente sós nos momentos decisivos - ao nascer, ao morrer e diante das muitas escolhas que vamos realizando ao longo da vida.
Comunicamo-nos para sentir o prazer de estarmos juntos; para realizar-nos em
todos os níveis possíveis - no emocional, no intelectual, no familiar, no profissional.
Comunicamo-nos para mostrar aos outros que temos valor e para sentir-nos
valorizados, acolhidos, produtivos.
Comunicamo-nos porque experimentamos medos, desejos perturbadores, violências externas e internas. 
Comunicamo-nos para ver se as outras pessoas –
professores, colegas, pais, encontraram mais respostas, se podem iluminar o nosso
caminho, se conseguem compartilhar conosco um pouco de calor, de afeto, de
apoio mútuo, já que todos, de alguma maneira, nos sentimos desorientados.
Por trás dos livros, da tela de cinema, da televisão, da tela do computador há comunicação entre pessoas.
Por trás das máquinas, das mídias, há pessoas - ou programas feitos por pessoas -
que se comunicam conosco, em tempo real (online) ou não, de forma visível ou
virtual.
(José Manoel Moran)


Professor e colegas. Nosso blog é um resultado importante da construção de uma prática de comunicação voltada à estruturação de nossos estudos teóricos, da análise das dissertações e teses, dos diálogos presenciais, que foram sempre permeados pelas nossas próprias incertezas, nossas relações com as crianças, com a escola e com a sociedade, e pela nossa preocupação com esse processo.
Nesse semestre, cada qual articulado ao seu eixo de pesquisa, pode pensar e dialogar sobre o mundo da criança e sobre sua cultura e sobre o papel das mídias nesse processo. 
Parabéns a todos por este espaço, que possibilitou-nos uma comunicação cujas palavras do professor Moran não poderiam deixar de explicitar. Podemos não ter encontrado respostas, mas o nosso caminho está bem iluminado.
Vamos continuar nos comunicando!

Danielle Santos

E o conselho?

Em torno das questões que estamos discutindo ao longo de toda a disciplina e diante do documentário postado pela nossa colega Luciana a um tempo atrás: “Criança, a alma do negócio” gostaríamos de apresentar alguns pontos que notamos terem sido salientados em toda a disciplina.
No documentário um especialista afirma que “a TV é o primeiro fator da construção da subjetividade e dos valores das crianças, atualmente não é mais a família, não é mais a igreja, não é mais a escola, são os elementos que estão na mídia”
Segundo Fischer (2006, p.15) “a TV, na condição de meio de comunicação social, ou de uma linguagem audiovisual especifica ou ainda na condição de simples eletrodoméstico que manuseamos (...) tem uma participação decisiva na formação das pessoas mais enfaticamente, na própria constituição do sujeito contemporâneo”. Seja por falta de tempo, por acumulo de tarefas ou outros motivos, esta constituição do sujeito contemporâneo mencionada por Fischer acaba ficando a cargo da TV e das demais mídias. Nas palavras de Magalhães (2007) muitas vezes, os pais consideram a TV como suficiente, pois é um “objeto total”, que nunca se ausenta, nunca se frustra, minimiza os desejos e não dá espaço para as angústias, se mostra como um refúgio nos momentos de frustração, tristeza e angústia, mas com um diferencial muito importante, pois nunca se queixa de nada e é sempre branda a todas as situações.
Uma colocação que nos chamou bastante atenção durante algumas leituras que fizemos durante o semestre foi no texto “Esporte na mídia ou esporte da mídia?” do professor Mauro Betti que este cita o artigo 224 da Constituição Brasileira de 1988, que prevê o funcionamento de um conselho de comunicação social, até hoje não concretizado.
Essa imposição e esse cuidado existe do ponto de vista legal, porém esta lei tem sido cumprida o que manifesta preocupações visíveis por parte da família e educadores em relação a nossas crianças.
Com o argumento de que “na televisão passa o que o povo quer ver” acabou desencadeando um ciclo vicioso entre as opções da audiência e as opções que os produtores divulgam, principalmente na TV fechada. Ou seja, a não existência e um conselho que filtre, discuta e adéqüe as programações de acordo com os conteúdos cabíveis para as diversas culturas, faixas etárias, classes econômicas, dentre todas as outras diversidades existentes acaba por deixar na mão de empresários e pessoas que pouco entendem ou se preocupam com a educação a educação e lazer de crianças.

Diante do exposto alguns questionamentos vieram a nossos pensamentos: Como seria esse conselho? Quem seriam os membros? Seriam membros que discutiriam educação ou estratégias de marketing para vendas mais eficazes? E o questionamento que mais nos inquieta é as vozes de crianças e adolescentes seriam ouvidas? Eles iriam fazer parte desse conselho?

Por: Iara Mara e Suelen Monteiro

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E a formação dos professores?
No decorrer do levantamento bibliográfico da minha pesquisa tenho lido muitos trabalhos sobre a formação de professores de Educação Física e mais especificamente no que se trata do currículo de formação inicial desses. A partir disso já posso fazer alguns apontamentos sobre os resultados desses trabalhos, um dos apontamentos que gostaria de salientar é a ausência da discussão sobre a utilização de outras linguagens e especificamente a utilização das mídias no processo de formação inicial de professores para educação básica tanto como uma característica da sociedade atual como a utilização dessa como um instrumento pedagógico. Diante do exposto, podemos ter como hipótese que essa discussão ainda não esta presente no cotidiano de futuros educadores.
O uso equivocado das mídias no contexto escolar apontado por diversos autores é fruto de uma formação que ainda não se preocupa com essas questões. Ou ainda, uma educação que não se compromete em rediscutir os tabus que existem frente a utilização das mídias no contexto escolar, como: encarar a mídia como vilã e negar a sua importância na produção de cultura.
As pesquisas apresentadas e discutidas durante as nossas aulas mencionam algumas propostas sobre como trabalhar com as mídias na escola, a relação mídia e alunos diariamente presente nos parques e pátios das escolas e também nas brincadeiras de rua das crianças. Ou seja, o que a escola não tem incorporado como conteúdo nos espaços formais de educação tem aparecido nos espaços informais das instituições onde as crianças e adolescentes extravasam o que vivenciam fora da escola, sendo assim uma maneira de utilizarem a mídia dentro da escola sem a intervenção de profissionais da educação. E penso que é justamente essa a grande questão, pois a intervenção dos profissionais deve vir também com o objetivo de educá-los (os alunos) a pensar a mídia e sobre a mídia e assim conhecer as possíveis maneiras de utilizá-las.
Portanto, voltando a questão da formação de professores gostaria de destacar a necessidade de pensar sobre a formação desses profissionais, pois a simples afirmação que “a mídia tem sido trabalhada de forma equivocada” direciona o problema para as dificuldades do professor e não possibilita a discussão sobre o contexto em que se encontra.

Por: Iara
 
Concordamos com a colocação feita pela Suelen. Não devemos procurar culpados, tentar identificar se os erros são da família, da escola, ou da mídia. Isso só serve para nos redimir de uma culpa que pertence a todos. Precisamos unir forças entre pais e docentes, e utilizar a mídia como um instrumento para a aprendizagem. Nesta disciplina, através das leituras dos textos e das discussões, percebemos que a mídia não é sempre negativa, mas sim que ela pode trazer muitas contribuições pertinentes. Nossos colegas (a Luciana e o Júlio, citados na fala do Rodrigo) trouxeram colaborações importantes de como empregar as mídias durante as aulas. Também citamos, a exemplo, a Denise Quintanilha, nossa companheira de mestrado, que já trabalhou com telas de pintores renomados utilizando o photoshop, em suas aulas de artes. Para terminar, a Lilian escreveu que não sabemos a configuração da escola no ano 2023; realmente é muito difícil de imaginar, mas para que possamos vislumbrar esse futuro, precisamos fazer nossa parte hoje. Devemos cumprir nossa parte como família e como professores; não podemos fingir que a televisão, o computador, o celular... não existem, devemos trazer essas mídias para a sala de aula, trabalhar com elas e principalmente refletir sobre elas. Uma professora sempre dizia: “a escola não deve formar o aluno para a faculdade, mas sim para a vida”.
Postado por Aline Mantovani e Michelle Ikefuti

Depoimento Projeto Jovem Comunica

Projeto Jovem Comunica depoimento Profa.Luciana Venâncio


http://www.youtube.com/watch?v=-cxvsHwXdrQ&feature=related

Por Lu Venâncio

Há saberes no(s) mundo(s)... real e virtual que podem levar crianças, jovens e adultos a compartilharem suas experiências de vida? Que tipos de saberes são esses?

Faço as perguntas ... e “jogo” outras perguntas pois somos todos singulares, seres humanos in(completos), porém com um aspecto em comum que nos inquieta...somos professores....

Por que queremos Educar? O que é Educação? O que é a Educação Escolarizada?

A linguagem na qual fomos “educados” ou “adaptados” trata da escrita e da verbalização(oralidade) dos códigos “aprendidos” na interação entre nossos pares parentais e amigos, em diferentes contextos.
Tal linguagem tradicional, nos permitia “dialogar” aparentemente de forma linear com diferentes “receptores” numa espécie de (mono)linguagem....um fala o outro escuta, aquele que falou aguarda receber a resposta com os mesmos códigos daquele que escutou sua fala...e assim fomos percorrendo diferentes momentos de nossas vidas até nos depararmos enquanto sujeitos que fomos assujeitados a compartilhar de um universo que não nos permitia potencializar nossa imaginação...

Conseguíamos burlar a monolinguagem (escolar) nos momentos de brincadeiras e jogos, com os colegas de turma... Falávamos ao mesmo tempo, éramos compreendidos e compreendíamos no “caos organizado” que beirava o universo lúdico que impelia nossas ações e impele as ações das crianças e jovens que (com)vivem conosco em casa e também escola na atualidade.

A escola recebe de “presente” a TV, os jogos eletrônicos, a internet, os celulares. Pacote (in)completo, pois chegou sem manual de instrução. O livreto perdeu-se no meio do caminho, estava “digitado” com os códigos da monolinguagem, ou seja, alguém que recebeu  o presente achou que decodificaria a linguagem escrita e num processo linear explicaria para outrem como utilizar...

Tal presente, trouxe um grande desafio: como fazer pessoas compartilharem diferentes possibilidades de interação por meio de linguagens polissêmicas e hibridas? como fazer pessoas diferentes compartilharem experiências e se apropriar do(s) mundo(s) próprio(s)? Como fazer pessoas singulares compartilharem experiências de saberes e linguagens que lhe são próprias?
Os pessimistas afirmam que a infância está desaparecendo, os otimistas sugerem que nos apropriemos dos diferentes meios para compreender as linguagens, as narrativas e em (com)junto com as crianças e jovens adolescentes desvelar os saberes que não estão por trás, mas por todos os lados, na imaginação que torna o mundo virtual tão real(tangível).

Talvez as respostas fiquem para outro momento... pois ainda não encontramos os códigos ou linguagens que dêem sentidos a nos mesmos enquanto sujeitos.
 Lu Venâncio

Conhecem esse comercial?


Lilian Gualda

... tudo muda o tempo todo no mundo ♪


Mídias, crianças, infância, modernidade, tecnologia, educação. Estas foram algumas palavras-chave nas discussões das aulas. O que é infância? Ser criança? Qual o papel do adulto? Das mídias? (...) Durante os debates, expusemos diferentes pontos de vistas e apontamentos de acordo com nossas experiências e, o que pude perceber é que a cada tentativa de resposta e reflexão sobre um tema, novos questionamentos surgiam (e surgem).
Compomos uma “Sociedade Midiatizada” (MAUAD 2006) em que as diferenças, (desordenamentos) estão cada vez mais presentes. É como disse Nair na última aula: “Nada é igual ao que foi há um tempo. A infância não é a mesma”. Artigos, textos e mais textos lidos, horas de conversas e muitas questões ainda sem respostas exatas.
Acredito que somos espécies de “cobaias” desse mundo novo que a cada dia se torna mais tecnológico, moderno. Pra todos?
A pesquisa de MUNARIN (2007) revela que muitos ainda não têm acesso a esse “mundo novo”. BUCKINGHAN fala sobre alfabetização midiática, e talvez seja esse o grande desafio: Educar a sociedade atual de maneira que saibamos não apenas utilizar os recursos que hoje dispomos, mas interpretar criticamente aquilo que chega a nós.
Ter participado dessas discussões, me fez reconhecer que o professor deve ajustar-se, mudar, refletir e atualizar a maneira com a qual trabalha, utilizando os recursos midiáticos.  Criar consciência, valores para quem sabe formar os “cidadãos/telespectadores” que Lílian citou. Articular essas tantas diferenças, novidades, particularidades que hoje existem e fazer com que elas sejam um meio de aprendizado. Não aceitar tudo. Tentar construir o que achamos que falta.

Por José Eduardo Lanuti
Em 2008, quando estava fazendo um curso sobre Marketing para Instituições de Ensino, foi proposto ao grupo, composto por representantes de instituições de educação básica e superior, que redigissem um texto a respeito de como acreditariam que estaria funcionando suas instituições e a escola como um todo, no ano de 2023.
Apesar de parecer uma tarefa simples, todos se depararam com um grande desafio ao começar a escrever e depois socializaram as dificuldades ao apresentar as redações. Todos os textos basicamente falavam a mesma, demonstravam a dificuldade em prever o futuro da escola, a relação professor/aluno, o uso de tecnologias e a sua influência em sala de aula, o perfil do aluno, a sala de aula... e eram ricos na introdução, quando tratava do desenvolvimento das cidades, carros, e demais comodidades tecnológicas.
Lembrei-me dessa situação quando assistimos parte do desenho dos Jetsons e em seguida o Prof. Mauro sugeriu que buscássemos algum episódio do mesmo desenho que mostrasse a escola. Não sei quanto aos demais colegas, mas pesquisei muito, não encontrei nada nos episódios dos Jetsons, busquei filmes futuristas como Matrix, Minority Report, e outros.
Percebi então o quanto é difícil prever como a escola será no futuro, não conseguimos fazer isto ao redigir o texto em 2008 e, acredito que alguns roteiristas também não conseguem tratar do assunto.
Como o Luciano citou, temos uma limitação em pensar o tempo presente, imaginem o pensar sobre o tempo futuro.
Esse espaço para discussões nos permite o exercício de pensar sobre a educação e como podemos utilizar as tecnologias e a comunicação como aliadas no processo de ensino/aprendizagem formando “cidadãos/telespectadores” mais críticos.

Postado por Lilian Gualda

Algumas considerações...

Pois bem colegas,
Acho que toda essa discussão que estamos tendo só reforça o argumento de muitos teóricos que, ao invés de postular sobre como e o que o docente deve ensinar, parte do reconhecimento da singularidade e da impossibilidade de “fechar” toda e qualquer programação de ensino previamente estipulada, em qualquer contexto de aprendizagem. O professor deve tentar compreender o contexto em que trabalha e os caminhos que deve ser trilhados. Isso não quer dizer que a prática docente deve ser uma ação individual, muito menos que programas didáticos sejam eternos obstáculos para esta tarefa, mas não se pode priorizar, como já discutimos, visões essencialistas e concepções teóricas que o impeçam de conceber o seu próprio objeto e ambiente de aprendizagem- o que engloba o grupo com o qual vai se relacionar.
Creio que é nesse desequilíbrio - constante – que o professor trabalha. Como vimos, o que dá certo e o que é importante ao aluno saber hoje pode não ser amanhã, mas isso não quer dizer que não devemos “projetar” nosso trabalho como docentes. Busquemos então nós mesmos, protagonizando – não sozinhos, mas com nossos colegas, alunos e com o auxilio do conhecimento já produzido sobre - o que pode dar certo, o que é importante ser discutido e aprendido na escola. Vamos experimentar práticas com as mídias, como as experiências que o Júlio, a Luciana e outros compartilharam. Estou certo de que não reproduziram uma proposta de atividade que leram em algum lugar, mas tiveram “felling” para criar durante suas práticas com os alunos! As discussões durante a disciplina foram mais que suficientes para nos indicar que o caminho é este!
Rodrigo Camilo

Mídia e educação: impasses e possíveis soluções!

Longe de esgotar as múltiplas discussões produtivas travadas neste blog, gostaria, na medida do possível, de contribuir com algumas reflexões que tenho feito até então sobre a questão da inserção das novas mídias no contexto educacional brasileiro. Verdadeiramente o “jogo do empurra-empurra” apontado pelo Júlio quanto ao que se refere à pré-disposição em procurar um culpado para a situação atual tem procedência, mas também motivos. Penso que a terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecno-científica trouxe profundas alterações para a sociedade mundial. Uma dessas mudanças, já apontada por Tedesco, é a inclusão da mulher no mercado de trabalho. Tal fato possibilitou a passagem da socialização primária, até então realizada dentro dos lares, para o domínio da escola, que até então era responsável apenas pela socialização secundária. Acredito que neste registro podemos entender um pouco melhor o “jogo do empurra-empurra” tão bem colocado pelo Júlio. Neste contexto, não penso que o educando seja um ser desconhecido; produzimos muito conhecimento acerca deles ao longo do tempo. Estes apenas ficam em segundo plano no meio de tantas lutas por melhores condições de salário, trabalho, vida etc... Tanto de seus pais quanto dos professores. A partir da Revolução Tecno-centífica, “...as atividades que mais se destacam no mercado estão vinculadas à produção de computadores, softwares, microeletrônica, chips, transistores, circuitos eletrônicos, além da robótica com grande aceitação nas indústrias, telecomunicações, informática em geral. Destacam-se ainda a expansão de transmissores de rádio e televisão, telefonia fixa, móvel e internet, indústria aeroespacial, biotecnologia e muitas outras inovações.” Essas inovações estão no mundo, mas não ao alcance de todos! Estão nas escolas, mas não em todas elas! São apropriadas e dominadas por alguns educandos e professores, mas não por todos os educandos e professores! Os discursos pró uso das novas tecnologias como fator de melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem são respaldados não apenas pelas grandes empresas, que produzem tais tecnologias, mas também por acadêmicos e governo, por intermédio do PCN e outros documentos oficiais. No entanto, tal otimismo resvala-se nas posições contrarias dos pessimistas, dos que delas nada sabem e dos que ainda não foram por elas tocadas. Encontram resistências, sobretudo, por parte dos professores que não vislumbram a possibilidade de transpor aquilo que se encontram nos documentos oficiais, a respeito do uso das mídias na educação, em suas práticas pedagógicas dadas as limitações de sua formação e disponibilidade das mídias nas escolas. Daí tantas tensões que abrem uma espécie de temporada de caça as novas tecnologias. Contudo, não acredito que as mídias devam ser encaradas como inimigas e/ou vilãs, pois ao fazermos isso, atribuímos a elas algo que elas não possuem - vida, ou seja, é como se as mídias tivessem vida própria e pensassem por si mesma. Há que se considerar que as mídias são invenções dos homens. E como tal, somos nós quem fazemos um bom ou mau uso delas. Acredito que uma educação com e a partir do uso das mídias deva não apenas possibilitar que os educandos compreendam seus mecanismos, mas que também apreendam melhor os conteúdos historicamente acumulados e que acima de tudo, possam ser decisivas para a formação para a vida. Chego a pensar, com ressalvas, que o uso das mídias dentro dos espaços formativos podem ser pensado, pelos professores, em conjunto com as idéias de Vygotisky, principalmente no que tange sua idéia de ZDP. Assim, entre aquilo que os educandos já sabem e aquilo que eles podem saber, o uso das mídias poderia contribuir significativamente na medida em que potencializa a capacidade de compreensão do mundo e das coisas. Para terminar, gostaria de fazer duas observações: primeiro, penso que não podemos misturar o caráter informativo das mídias (neste caso a TV e PC) com o seu vir a ser formativo; segundo, concordo que existe um problema em pensarmos o uso das mídias no tempo presente, pois o passado já nos diz pouco e o futuro ainda está longe, como aponta Hannah Arendt, mas não acredito na impossibilidade de nomear e explicitar aquilo que nos passa hoje, apenas temos limitações de pensar o tempo presente.

Por: Luciano Francisco de Oliveira

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A evolução das tecnologias versus a evolução da educação!

Em pleno século XXI, marcado pela era das informações e conhecimentos e com a constante evolução da tecnologia no processo educativo, entende-se que a mesma para cumprir efetivamente seu papel na educação deve ser acompanhada pela evolução de uma nova sociedade, uma nova economia e de uma nova cultura.

Assim, o uso da tecnologia no contexto escolar requer a formação, o envolvimento e o compromisso de todas as pessoas que fazem parte do processo educacional, no sentido de repensar o processo de ensino e aprendizagem na e para a sociedade do conhecimento.

A tecnologia na educação deve atender as especificidades de cada docente de forma a cada um utilizar as estratégias e formas de trabalho que julgarem mais adequadas para o desenvolvimento de sua função profissional, objetivando que suas ações sejam articuladas com vistas a favorecer o desenvolvimento do aluno como cidadão participativo e crítico para lidar com as inovações tecnológicas, sem perderem o foco da intencionalidade educacional.

A inserção dos recursos tecnológicos requer mudanças no pensamento e na postura teórico-metodológico do professor, para que as práticas pedagógicas não corram o risco de valorizar a técnica pela técnica, utilizando erroneamente as tecnologias como fim e não como instrumento mediador na aprendizagem. Ele também deve entender que a educação não é somente a transferência de conhecimento, mas um processo de construção do conhecimento pelo aluno, como produto do seu próprio engajamento intelectual.

Como conclusão deste, cito um trecho do livro Adeus Professor, adeus Professora? de José Carlos Libâneo: “Por isso, o tema da formação de professores assume no Brasil de hoje importância crucial, ainda que a questão de fundo continue sendo as políticas públicas e as efetivas condições de funcionamento das escolas públicas”. (LIBÂNEO, 2002, p. 07)

Postado por: João Pucci Neto.

E o papel da escola?

Sem sombra de dúvidas é necessário que pensemos nas mudanças da nossa sociedade, e dentro deste contexto a escola e educadores são muito importantes neste processo de mudança. Não há mais espaço para uma discussão que apenas se remete a culpa de um (escola) ou outro (família), ou então questões referentes ao papel da mídia, seja como mocinha, seja como vilã, ela esta ai, por toda a parte! E a escola precisa posicionar-se diante disso, construindo este posicionamento junto com seus alunos, não dizendo que são boas ou más, mas sim criando uma posição e conscientização sobre o assunto.
Li uma citação a um tempo atrás quando construía meu projeto de mestrado e me lembrei dela agora, pois acredito coincidir com nossas discussões: Se uma escola não ensina a assistir televisão, para que mundo está educando? [...] Quais os símbolos que a escola ajuda a interpretar hoje? Os símbolos de que cultura? Se educar exige a preparação dos cidadãos para a integração reflexiva e crítica na sociedade, como serão integrados cidadãos que não estiverem preparados para realizar de forma crítica aquela atividade à qual dedicam a maioria do seu tempo? (FERRÉS, 1996, p. 09)”. Nesta citação de Ferrés, percebemos que as discussões e o papel da escola não é de condenar ou fingir que não existe uma nova “era digital”, mas sim de conscientizar e formar o aluno de maneira critica para esta nova sociedade que esta se formando. Ainda Ferrés afirma que as mídias fazem parte do nosso contexto diário, e isso é fato, no entanto, as condutas que tomamos frente a elas são normalmente apenas de passividade e aceitação.

Será que é este nosso papel enquanto educadores?
 
Por: Suelen Monteiro

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Video sobre semiótica

Pessoal,

Segue um video sobre semiótica que encontramos no youtube....é simples, mas a edição deixa o assunto divertido.

http://www.youtube.com/watch?v=IVROiJRYT0o&feature=related


Lilian Gualda
Julio Gonçalves
João Pucci Neto

Um novo caminho - Por Lilian Gualda

Observei as colocações abaixo e complementando o que o Julio coloca, sem apologias as Novas Tecnologias, podemos considerar que estamos em processo de mudança e toda mudança gera desconforto e desconfiança, resultantes "do pensar sobre a transformação".

Peço licença aqui para, superficialmente, utilizar algumas idéias de Piaget e fazer uma alusão as constantes mudanças tecnológicas. Podemos considerar que a nossa sociedade está, novamente, em processo de desequilíbrio e que necessita de adaptação das estruturas para encontrar um novo equilíbrio.

Pierre Lévy coloca que "O cúmulo da cegueira é atingido quando as antigas técnicas são declaradas culturais e impregnadas de valores, enquanto que as novas são denunciadas como bárbaras e contrárias à vida. Alguém que condena a informática não pensaria nunca em criticar a impressão e menos ainda a escrita. Isso, porque a impressão e a escrita (que são técnicas!) o constituem em demasia para que ele pense em apontá-las como estrangeiras. Não percebe que sua maneira de pensar, de comunicar-se com seus semelhantes, e mesmo de acreditar em Deus são condicionadas por processos materiais (LÉVY, 1993, p. 15)".

Para tanto, é necessário que pensemos sim sobre as mudanças, não com um olhar saudosista e de rejeição, mas com uma preocupação em buscar novos caminhos.

Imaginação Infantil...

Lendo as contribuições da Jucileny e os textos da aula do dia 10/12, uma questão me surgiu: o que nós, professores, temos/sabemos sobre a "imaginação infantil" quando pensamos no tema Mídia?
De acordo com o texto da Giradello, retirado de um site e enviado pelo professor Mauro, podemos "educar" a imaginção infantil e há algumas "condições favoráveis" para que isso aconteça. Nas teses e dissertações que estamos lendo, principalmente aquelas que fazem alusão às bincadeiras infantis "de hoje" e aquelas "tradicionais", percebemos que temas, brinquedos, fantasias, palavras...que são sugeridos pela mídia, comparecem nas brincadeiras e jogos das crianças, de ambos os sexos.
Acredito, e ai conversei com a Michelle para "pensarmos" juntas esta questão, que temos hoje, presente em nossa sociedade, desde às brincadeiras infantis até as decisões políticas que regem este país, e, talvez, o mundo, influência da mídia e isso não podemos negar. Porém, o que não podemos nos esquecer também, é que somos seres pensantes, que podem utilizar essas informações, problemas, dificuldades, etc, em nossas vidas. Daí a importância da "imaginação", e até de uma "educação da imaginação", como diz no texto que citei acima.
 Dizer que a presença da TV é boa ou ruim na sala de aula, em casa; que a criança não sabe como lidar com uma filmadora ou celular ou que sabe muito melhor que um adulto; que não usa a internet "corretamente" ou que é algo bom para se relacionar com mundo todo e ter acesso ao que quiser é muito pouco... nos esquecemos de olhar o SUJEITO que esta exposto a tudo isso e sua capacidade também como produtora de todos esses elementos.

Por: Aline Mantovani e Michelle Ikefuti.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mudanças!?

As colocações do Júlio esclarece que estamos vivenciando um processo de diversas mudanças no espaço/ tempo. Contudo, me parece contrasenso  a letargia de muitos "educadores" em assumir as potencialidades das mídias. Fato que poderia ser mais explorado em nossas discussões. O que percebo é que há inúmeras dificuldades em as assumirmos com mais propriedade, seja por nostalgia, despreparo ou até mesmo temor.
Existe um grande número de trabalhos científicos, na abordagem crítica, que apontam os "malefícios"  das mídias e poucos mostrando suas potencialidades. Diante disso, a disciplina nos favoreceu muito, pois trouxe trabalhos científicos, mostrando algumas potencialidades ou esclarecendo que as culturas lúdicas (jogos e brincadeiras) não estão desaparecendo, muito pelo contrario são ressignificadas.
Em uma de nossas experiências (na pesquisa) em sala de aula com crinças do quarto ano (terceira série), notamos que algumas crianças sentem muita dificuldade em discutir os temas propostos pela Professora.
Em uma de suas aulas, após discutir "efeitos do aquecimento global",  ela exibiu o filme "Era do Gelo 3". Logo após propôs a produção de desenhos que relacionassem o tema das aulas com o filme e, posteriormente as apresentação dos trabalhos seriam produto de um vídeo. O que foi surpreendente é que mesmo as crianças que nunca se organizam para trocar informações sobre o que já haviam estudado se juntaram e elaboraram suas falas, trocaram informações sobre o assunto, se o que diziam estava adequado, etc. Suas falas revelaram outra postura (enquanto alunos): "Aparacer bem na fita!"; "Minha mãe vai me ver!"; "Não quero fazer feio!"; "Falei direitinho?"; "Ficou bom?" etc.
A vivência com a mídia (DVD; Filmadora) foi positiva, pois os alunos em momento algum durante todo um semestre se envolveram tanto com um tema. Detalhe esta estratégia (gravação) não tinha sido utilizada anteriormente pela professora.
A mídia foi explorada pela professora como um "atrativo" para o ensino, que em pouco tempo (acredito) pode se desgastar, mas essa não é a única forma de utilizar as mídias.
As crianças, adolescente e jovens utlizam os vídeos para "divulgação" de seus trabalhos e eventos, ensinar  na utilizção de progrmas, fazer humor e até para ressignificar a arte (processo no qual pintam os corpos, fotografam e a colocam em um fundo real ou  pintado. Essa outra maneira de fazer arte une várias técnicas  de pintura e  fotografia. http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1631475-15605,00.html
Este assunto é extenso, dado a multiplicidade de usos, como também da mídias. Acredito que se as mídias não fossem significativas, dificilmente seriam exploradas. E por outro lado para não incorrer em sua má utilização, indiferente do tempo (encolhido ou prolongado) de ser criança, é importante investirmos na alfabetização midiática.
E nós o que sabemos sobre as potencialidades das mídias e das próprias crianças?

Por: Jucileny