sábado, 20 de novembro de 2010

O que tem feito a mídia na cabeça de nossas crianças?? (Por: Nair Azevedo)

Assisti ontem na internet o documentário “Criança: a alma do negócio” (disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=dX-ND0G8PRU )  e fiquei espantada como as coisas muitas vezes ocorrem numa proporção que não conseguimos imaginar.
Quando ouvi aquela criança dizendo que ao pedir um determinado produto que viu num comercial de TV, e os pais dizem que não possuem condições financeiras para comprar, e que nesse momento a vontade de chorar é muito grande devido à tristeza de não ter o que pediu, isso me fez pensar no papel em que nós, educadores em geral independentemente da área, temos que desempenhar: tentar fazer reflexões sobre o que as mídias (TV, rádio, internet, etc) dizem às nossas crianças e mais ainda, desenvolver nelas um espírito crítico com relação ao que circula o tempo todo nos meios de comunicação.
Nossa sociedade tem medido as pessoas ao longo desses anos pelo que eles têm e não pelo que elas são. A maior parte dos comerciais o tempo todo nos convence de que, para sermos aceitos, precisamos ter determinada coisa, ou possuir o que está na “ultima moda”. Não é diferente com as crianças. Desde pequenas elas têm absorvido essa ideologia capitalista, onde o “ter” é “poder”. O problema é que muitas crianças não são instruídas para enxergar e reconhecer tal ideologia.
É difícil nesse caso acusar de quem é a culpa: das famílias? Das mídias? Da escola? A verdade é que todos nós já crescemos nesse ambiente onde o comprar é sinônimo de status. Como então mudar de hábitos e principalmente, pensamentos, quando o assunto é consumir?
Mais uma vez acaba sobrando para a escola esse papel. As famílias já estão acostumadas com o pensamento de “ter” cada vez mais, as mídias não estão preocupadas em desenvolver um pensamento crítico e muito pelo contrário, quanto mais se consumir, mais dinheiro elas terão.
Resta a escola, que precisa reconhecer que as mídias influenciam muito a vida das crianças em geral, independente da idade e do ciclo escolar que elas freqüentam. Não é possível mais ignorar tais acontecimentos, pois além de influenciar o consumismo, as mídias são atraentes, fazem com que os jovens passem muito mais tempo nos celulares, computadores e em frente à televisão do que lendo livros, ou perguntando suas dúvidas àquele professor que às vezes não sabe a resposta ou simplesmente está ali para cumprir sua carga horária. Basta atentarmos para comunidades do Orkut como “O Google vai me passar de ano” para testificar o que aqui escrevo.
Portanto, nós educadores não podemos nos fingir de cegos e de indiferentes, pois as mídias estão aí, e ganhando nossas crianças para o capitalismo, para o consumismo, para o sedentarismo, para a falta de socialização... Mas é também necessário reconhecer que as mídias são atraentes. Se soubermos usá-las a nosso favor, em discussões, reflexões e em nossas aulas, poderemos nos aliar a ela. Como podemos usar as mídias em nosso favor? Isso será discutido no próximo tópico em momento futuro.

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