terça-feira, 23 de novembro de 2010

Infância e o mundo adulto

Envolta na discussão sobre mídias e o público infanto-juvenil a partir dos apontamentos dos colegas até aqui expostos que eu destaco, em síntese, como sendo:
  • omissão de responsabilidade das diversas instituições socializadoras (empurra-empurra);
  • necessidade de um “repensar” a prática escolar no caminho de atividades mais comunicativas com os alunos e de desenvolvimento do espírito crítico;
  • sociedade enfaticamente voltada para uma cultura do “ter” em detrimento do “ser”;
  • as mídias mais significativas nas construções simbólicas do que as instituições de ensino.
Apareceu-me um questionamento aparentemente interessante no que diz respeito à infância e o mundo adulto. Temos dois discursos que seguem um raciocino lógico correto e uma argumentação convincente que, no entanto, aparentemente apresentam um paradoxo interessante no qual possa ser relevante refletirmos para o avanço das discussões: enquanto por um lado alertamos para o fato de que a presença das mídias no público infantil esteja tornando difusas as barreiras entre o mundo adulto e infantil (como vimos no texto do Buckingham) culminando numa maturação precoce das crianças, por outro lado argumentamos (também corretamente) que essa influencia midiática esteja estendendo a infância por um período mais prolongado (observação também discutida em aula). Observei tal dissonância principalmente a partir do trecho selecionado pela Danielle e José Eduardo do texto do Buckingham sobre um lazer curricularizado das crianças. Afinal, a infância está estendida ou o mundo adulto chega precocemente para a criança?? Acredito ser um grande ganho para discussão se conseguíssemos conceituar e elucidar em quais pontos estas afirmações se justificam e onde se refutam sobre esta questão aparentemente paradoxal.

Rodrigo Camilo

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